A Vaporização da Música Pop: Arqueologia midiática e assombração fonográfica no vaporwave brasileiro

O projeto parte de uma análise teórica sobre o vaporwave, gênero de música eletrônica criado por compositores amadores e que se baseia no uso de samples de músicas pejorativamente classificadas como “de elevador”, jingles publicitários antigos, sons de sistemas operacionais informáticos e outras sonoridades típicas das décadas de 1980 e 1990. Pretende ainda efetuar uma reconstrução histórica em busca de outras formas de se lidar com música similares ao vaporwave (predominantemente no Brasil), reconstruindo arqueologicamente o que pretende-se entender como “a vaporização da música”, um processo de mais de uma centena de anos que parte da “Música de mobília” de Satie para chegar à “Música na nuvem” dos sistemas telemáticos atuais. Investiga-se o objeto partindo de discussões referentes a agenciamentos de baixa definição (CONTER, 2016), a arqueologia da mídia (ZIELINSKY, 2006), a nostalgia (PICKERING; KEIGHTLEY, 2006) e a retromania (REYNOLDS, 2011). É reconhecido nas obras do vaporwave uma crítica ao capitalismo tardio, e, com isto, pode-se aproximá-lo à hauntology de Derrida (2011) como expressão do fim da história causada pelo sampleamento e re(a)presentação de imagens sonoras do passado, assombrando o tempo presente e o futuro incerto da humanidade.

Coordenador: Marcelo Bergamin Conter

Bolsista: Ingrid Cristina Pontes da Luz (IFRS); Northon Lara (IFRS)

Artigos

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